sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Sem Bolsa Pódio, Esquiva pode seguir irmão e abrir mão das Olimpíadas



Mal acabou de perder Yamaguchi Falcão e o boxe olímpico brasileiro corre o risco de ser desfalcado novamente, e pela mesma família de pugilistas. Esquiva Falcão, medalha de prata em Londres, afirmou que pode repetir o irmão e migrar para a categoria profissional caso não receba o Bolsa Pódio, benefíco para atletas com chances de subir ao pódio nas Olimpíadas de 2016, e abrir mão do sonho de ser campeão olímpico em casa.

"Não seria a minha vontade do momento, pois meu desejo é representar o meu país. Mas pra que eu fique seguro no meu caminho, preciso sentir que o Brasil queira que eu o represente. Precisam valorizar" – afirma Esquiva.

A Bolsa Pódio é um benefício concedido a atletas que se destacam em suas modalidades e com chances de conquistarem medalhas nos Jogos Olimpícos de 2016. Os valores variam e podem chegar a R$15 mil. Algumas modalidades, como o vôlei de praia, já foram comtempladas pelo Ministério do Esporte.

"Não tem prazo para que a gente receba o benefício. Alguns atletas já foram contemplados com o Bolsa Pódio, mas na categoria boxe nada foi divulgado ainda. Estamos aguardando. Atualmente eu recebo o Bolsa Atleta, um auxílio da Confederação Brasileira de Boxe e um patrocínio da Petrobras."

Assim que deixou Londres com a medalha de prata nas mãos, Esquiva chegou a receber propostas da empresa americana Golden Boy Promotions, a mesma que assinou um contrato de cinco anos com Yamaguchi Falcão, e afirma que não descarta a possibilidade de aceitar.

"Eles procuraram meu irmão e eu assim que voltamos de Londres, e nisso ficamos no processo de analisar contrato e as possibilidades, mas estou com os pés no chão e não quero tomar uma decisão precipitada. Mudar para o boxe profissional é um caminho sem volta para o amador, tem que ser bem pensado."

Insatisfeito com a falta de apoio e a desvalorização do esporte no Brasil, Esquiva afirma que falta investimento e que por esse motivo o boxe olímpíco pode continuar perdendo atletas para a categoria profissional, como aconteceu com Yamaguchi Falcão.

"Acho que foi uma boa escolha a dele. Ele é muito dedicado e gosta do que faz, tenho certeza que vai longe no boxe. Já virou uma referência nas olimpíadas e agora vai ser campeão rápido com o boxe que ele tem. Sempre conversamos muito, e nesse momento é um ajudando o outro. Estarei ao lado dele sempre para apoiar suas decisões."

Esquiva está na Alemanha para um período de treinamentos antes do Mundial de Boxe, que acontece a partir do dia 13 de outubro no Cazaquistão. A estreia na competição marcará a primeira luta do pugilista desde a prata olímpica, em agosto do ano passado.

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